quinta-feira, 3 de maio de 2012

Este blogue foi criado com o proposito de servir de plataforma de apresentação à comunidade do trabalho realizado no âmbito da disciplina de Fisica e Quimica A.
A sua apresentação ao publico através desta plataforma tem como objectivo dinamizar uma maior divulgação da natureza e da importância do composto amoniaco.
Tenho tambem como objectivo que outros bloggers que se interessem por esta temática contribuam com o seu comentário de forma a melhorar o conteudo deste trabalho.

O amoníaco é, à pressão atmosférica, um gás incolor, irritante, inflamável, tóxico e de odor característico e sufocante, muito solúvel na água, cuja molécula é constituída por um átomo de nitrogénio (N) e três átomos de hidrogénio (H) de fórmula NH3.
Encontra-se naturalmente presente no ar, dissolvido na água e está no solo sob determinadas formas químicas.


Fig.1- Amoníaco.

O amoníaco é utilizado no fabrico de sais, na transformação em ácido nítrico de síntese, em cianetos ou em ureia e fosfato de amónio, assim como na produção de precursores para fibras, plásticos, pesticidas e muitos outros compostos orgânicos. O consumo mais importante do amoníaco é no sector de fertilizantes. O amoníaco pode ser olhado como uma fonte indirecta de azoto e hidrogénio, em que o transporte é infinitamente mais cómodo que o dos dois gases em separado, pois é transportado na forma líquida.
A síntese industrial de amoníaco é feita pelo processo de Haber-Bosch, descoberto devido à necessidade de disponibilizar uma maior quantidade de alimentos com o aumento da população mundial, visto que o amoníaco possuía azoto na sua constituição, elemento essencial ao desenvolvimento das plantas. O amoníaco é principalmente usado na síntese de fertilizantes e de catalisadores, na produção de ácido nítrico e como refrigerante. Também é utilizado como componente de vários produtos de limpeza.

É obtido a partir do azoto atmosférico e do hidrogénio proveniente do gás natural, segundo a seguinte equação química:

                
N2(g) + 3 H2(g)      2 NH3(g)

O amoníaco é facilmente biodegradável. As plantas absorvem-no com muita facilidade, sendo um nutriente muito importante como fornecedor de nitrogénio.



O amoníaco é produzido comercialmente a partir de azoto atmosférico e hidrogénio, obtido essencialmente a partir do gás natural (metano) na presença de um catalisador selectivo. A produção do amoníaco é favorecida a temperaturas moderadamente baixas e a altas pressões. Baixas temperaturas, porém, diminuem a velocidade da reacção no sentido direto, e o custo da construção das fábricas rapidamente aumenta com o aumento de pressão. Na conceção de fábricas, a temperatura é escolhida de modo a permitir que a reação ocorra a uma velocidade razoável sem diminuir a concentração do produto, no equilíbrio. A pressão é também ajustada, para que se favoreça a produção do amoníaco, sem aumentar o custo de construção da fábrica. As condições típicas de operação trabalham com pressões entre 200 a 300 atm e temperaturas entre 400 a 600 . O catalisador usado na síntese do amoníaco é um α-ferro contendo promotores. O α-ferro é obtido da magnetite.





Produção do amoníaco em Portugal

A produção de amoníaco em Portugal, deveu-se sobretudo à necessidade de fornecer à agricultura nacional um adequado abastecimento de adubos nitro amoniacais.
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Em Portugal, a produção de adubos, inicia-se na empresa Soda Póvoa, no ano de 1883, em Portugal.

·         A CUF (Companhia União Fabril), inicia em Portugal, a produção de adubos a partir de 1898.





Fig.16- Transporte de amoníaco de Alferrarede para as Fábricas do Barreiro


Fig.17- Símbolo da CUF


·         Em 1911 inicia-se a produção de sulfato de amónio, a partir das águas amoniacais, das fábricas de gás de iluminação de Lisboa.

·         Em 1930, foi instalada uma fábrica de produção de cloro e soda pela empresa SAPEC (hoje ADP – Adubos de Portugal), de capitais belgas, em Estarreja.

·         Em 1948, constitui-se a União Fabril do Azoto, S.A.R.L. O sulfato de amónio é produzido numa fábrica localizada no Barreiro, utilizando amoníaco eletroquímico produzido por uma instalação fabril de Alferrarede.

·         A CUF em 1950 inicia a produção de adubos granulados. Entram em laboração, em 1952, as fábricas da União Fabril do Azoto, com as capacidades de 34 t/dia de amoníaco e 40 000t/ano de sulfato de amoníaco.

·         Em 1952, uma unidade industrial, do Amoníaco Português (CUF, hoje ADP), começa a produzir amoníaco, a partir da eletrólise da água, para a produção de hidrogénio da Uniteca (Quimigal, hoje ADP) e, o azoto obtido a partir do fracionamento do ar, em Estarreja. Nesse ano são produzidas 20 983 toneladas de adubos químicos fosfatados, pela Amoníaco Português em Estarreja.

·         Aumenta em 1955, a capacidade de produção das fábricas da União Fabril do Azoto, que passa a 48t/dia de amoníaco e 60 000 t/ano de sulfato de amoníaco. A produção de adubos nitroamoniacais, começa em 1956, pela empresa Nitratos de Portugal, do grupo Sacor. È novamente ampliada em 1957, a capacidade das fábricas da União Fabril do Azoto, passando para 55 t/dia de amoníaco e 70 000 t/ano de sulfato de amónio.


Fig.18- Importância da produção do amoníaco.









Fig.19- Importância da produção do amoníaco e da sua conversão em anilina e sulfato de amónio, no complexo industrial de Estarreja.

·         Em 1960, a União Fabril do Azoto inicia a construção de um complexo fabril, no Lavradio, destinado à produção de 170 t/dia de amoníaco petroquímico, 40 000 t/ano de ureia e 100 000 t/ano de adubos nítrico-amoniacais.












Fig.20- Imagem da fábrica do amoníaco do Lavradio, nos anos 60.

·         Em 1963, entra em laboração a fábrica de amoníaco petroquímico.

·         Em 1984, entra em funcionamento a nova unidade produtora de amoníaco no Lavradio, com a capacidade de 900 t/dia.


Fig.21- Vista geral de uma fábrica de amoníaco dos finais do século XX e princípio do século XXI.

·         Uma falha do equipamento, em 1985, determina um violento rebentamento na nova instalação de amoníaco do Lavradio (a 15 de Agosto de 1985), sem danos pessoais, mas provocando a imobilização da unidade por dez meses para reparação. A fábrica de amoníaco, em 1986, retoma a laboração em Junho, após a reparação.





Fig.22- Imagem atual da fábrica do amoníaco, que se encontra em fase de desmantelamento.